1900

Europa:revolução industrial, económica e artística.

A beleza das mulheres, a maneira de seduzir, a arte de se valorizarem, tudo isso irá evoluir simultaneamente.

Loiras ou morenas têm um tom de pele branco e transparente:«diaphane» que é também o nome de um pó de arroz.

O preferido de Sara Bernardt.Ela pousou para os primeiros fotógrafos de anúncios de cosméticos.

A preocupação com o envelhecimento da pele começa a ser uma constante. A pele tem de ter sempre um look jovem-branco-rosado.

O pó é o cosmético mais utilizado.

As raparigas sublinhavam as veias ao pé dos olhos com lápis azul.

No entanto o batom, mesmo que considerado vulgar começa a ser utilizado em segredo.

Se as sobrancelhas não fossem espessas, um pouco de lápis para substituir o cravinho (especiaria usada para este efeito). As sobrancelhas nunca eram depiladas.

A higiene e a preocupação de um bem estar fisíco fazem com que apareçam produtos de higiene como o champô, o banho turco, toiletes,...

Harriet Hubbard Ayer foi a primeira senhora a contribuir seriamente na cosmética seguindo-se de Elizabeth Arden e Helena Rubistein.

A revista Vogue publica a existência de um líquido transparente que se aplica nas unhas e que depois de ser lustrado revela um rosa muito apreciado.

A beleza das mãos é mais importante do que do rosto.

Foi nos salões de manicure que surgiram os primeiros tratamentos de estética.

Com a evolução da cosmética surge a evolução da maquilhagem.

O Romantismo

Padrões de beleza: ter a pele verde como limão, a sobrancelha arqueada e o mais acentuada possível.As pálpebras orientais, o nariz hebraico, a boca fina e os cabelos a condizer com a pele.

Aplicavam na pele tinta azul diluída, bebiam vinagre para esverdear a pele, não comiam durante dias!!

Outra tendência era de contornar os olhos com sombra roxa e as sobrancelhas pouco marcadas.Os olhos tinham que estar sempre húmidos e o olhar doente (Dama das Camélias), estranho e inquietante.

Para obter este efeito tomavam drogas como a «bela dona».

Em 1828 surge a marca Guerlain.

Mais tarde a sobrancelha volta a definir-se.

Estamos na época Victoriana.Puritana, a beleza é modesta, «straight» e sem sombras.

Os lábios são definidos e pintados de vermelho.

Como todo o fenómeno sociológico, a polémica acerca da maquilhagem reflete uma tensão entre os valores conservadores da burguesia e as tendências libertadoras em reacção.

A maquilhagem é reservada ás prostitutas e ás actrizes quando estão em palco, tirando o pó branco, usado pelos ricos, obtidos pela dissolução de pérolas finas.

Tanto em França como em Inglaterra a higiene entra nos hábitos.

No fim do século (1866) descobrem a possibilidade de um pó solto, inofensivo para a pele sem-chumbo.

Descoberta e prática do que é hoje em dia o peeling.

Invenção da fotografia que ajuda a democratização da imagem da beleza feminina.

Renascença

Aqui a beleza já não era sinónimo de traição.

Pelo contrário, a mulher tinha o dever de se mostrar bela e atraente aos olhos de Deus.

Era do humanismo que resnasciam todos os sentidos.

Padrões de beleza surgiam vários nesta época.

Em 1540, no Tratado de Beleza das Damas, defeniram-se conceitos tais:o comprimento do nariz tinha de ser igual ao dos lábios, o tamanho dos dois ouvidos tinha de ocupar o mesmo espaço que a boca aberta, a altura do corpo deveria de ser oito vezes o tamanho da cabeça.

Nenhum osso deveria ser aparente.Os seios em forma de pêra.

A mulher ideal tinha de ser alta sem saltos altos, larga de ombros, cintura fina, ancas largas e redondas.As mãos gordinhas mas os dedos finos.As pernas redondas e os pés pequenos.

Na maquilhagem os olhos, as pestanas e as sobrancelhas são pretos.

As sobrancelhas têm de descrever um arco perfeito.As mãos, os dentes e a pele são obrigatoriamente brancos, a pele transparente, os lábios, as bochechas e unhas vermelhas.

Na Idade Média

Os espelhos eram considerados portas para o inferno.

Foi proibido o uso da maquilhagem.Alterar a aparência era como violar a natureza.

Mulheres maquilhadas não eram reconhecidas por Deus.

A luxúria era considerada uma fraqueza do Homem, a sedução e «coqueterie» um deboche.

A única cor permitida era o vemelo nas faces, por ser também provocado por uma reacção natural (corar).

Os padrões de beleza:rosto limpo,com traços finos e regulares, testa redonda a abrir um olhar sob um arco fino das sobrancelhas.

O espaço ideal entre os dois olhos devia ser o do tamanho de um olho, as pálpebras redondas e transparentes, a boca pequena e vermelha

A BELEZA ATRAVÉS DOS TEMPOS

Na Antiguidade

A Bíblia menciona práticas de maquilhagem.

As primeiras paletas de cores encontradas registam dez mil anos.

Potes e jarras com restos de maquilhagem encontradas datam cinco mil anos antes de Cristo.

No século XIV antes de Cristo, no antigo Egipto, maquilhavam o corpo e o rosto - dourado no corpo, as faces com vermelho, as veias temporais e do busto a azul.Os olhos eram evidenciados.Tanto nas classes altas como nos escravos.A maquilhagem dos olhos era feita com Pó (Khol), um produto colocado no interior dos olhos para pintar e proteger dos ventos e das areias e prevenir doenças.

Cleópatra usava na pálpebra superior do olho a cor azul marinho, e na pálpebra inferior verde água.Humidificava o Khol e colocava em volta do olho um tralo largo e definia as sobrancelhas.As pestanas eram tingidas com o mesmo,adicionando uma gordura.Nos lábios dava um leve toque de vermelho mineral (ainda hoje usado na África do Norte).

História da Maquilhagem

Parece natural no Homem o uso de substâncias sobre a pele, encontrado mesmo em culturas mais primitivas, ao lado de adornos e adereços.


Inicialmente com atributo religioso e cerimonial.

No Egipto Antigo a maquilhagem recebeu a destinação que modernamente também se lhe emprega, que é essencialmente o de embelezamento.

Nesta cultura a beleza física, tanto de homens como de mulheres, era realçada com o uso de pinturas à base de hena, sobretudo em torno dos olhos.